“Jogos Mortais X” retorna a franquia com brutalidade e monotonia

Ketlyn Paes
3 de out. de 2023
2 min de leitura

Atualizado: 15 de mai. de 2024

Crítica

Lançado no dia 28 de setembro, “Jogos Mortais X” é o retorno de uma das franquias mais sangrentas entre o gênero do terror.

O longa dirigido por Kevin Greutert se passa entre os dois primeiros filmes da saga, ou seja, Jigsaw continua vivo e planeja o desafio de forma muito mais pessoal. Interpretado por Tobin Bell, John Kramer - verdadeiro nome do vilão - busca a cura para seu câncer terminal e encontra esperança em Cecilia Pederson (Synnøve Macody Lund), filha de um médico que diz ter desenvolvido a cura para o câncer, e que promete alongar seus dias de vida.

Porém, como nem tudo são flores, o grupo de Cecília era, na verdade, parte de um esquema criado para dar golpes e extorquir pacientes a beira da morte. John então esquematiza um novo jogo que envolva todos os que colaboraram com o infortúnio. É curioso pensar que um homem tão inteligente quanto Kramer possa ter sido enganado tão facilmente, mas o serial killer não fez sequer uma investigação básica e se deixou levar pelos sentimentos aterrorizantes que mantinha em relação à morte.

Kramer é um homem apaixonado pela própria vida e ter sido enganado com a expectativa de que seria livrado da doença que o acometia foi a chama que faltava para realizar mais um de seus entretenimentos. Nesse filme, o antagonista é bem mais humanizado, chegando a refletir sobre a realização da tortura em uma das vítimas e fazendo amizade com uma criança - o menino, inclusive, está presente em um plano de cenas que faz o espectador torcer pelo sádico Jigsaw.

Uma diferença que pode, ou não, agradar os fãs é que o décimo filme de “Jogos Mortais” adota um ar dramático durante grande período. Mas os horrores gráficos não são abandonados e as torturas são de dar enjoo - e deixar a pipoca de lado enquanto assiste.

Ambientado no México, o longa peca quando utiliza um filtro amarelo para representar a comunidade latina. Uma franquia tão grande quanto essa tem responsabilidades com o público e mesmo assim decide por reforçar esteriótipos. As cenas de tortura acontecem em uma espécie de galpão e a fotografia tem um clima frio em tons de azul, mas quando a história segue fora desse ambiente, o contraste acontece com o polêmico amarelado.

O filme conta com uma cena pós crédito animadora para os fãs de longa data e traz um personagem já conhecido, sendo a primeira vez que esse recurso é utilizado na série.

“Jogos Mortais X” tem altos e baixos - mas é como uma montanha russa que fica a maior parte do trajeto no chão - e talvez não atraia novos admiradores, mas funciona bem como objeto de nostalgia.