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O Menu: Uma reflexão sobre consumo e arte

  • Douglas Nunes
  • 7 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 15 de mai. de 2024

Crítica


“O Menu” é uma obra peculiar que parece ser uma simples sátira a alta gastronomia, no entanto, à medida que a trama se desenrola, nos convida a refletir sobre comportamentos e a forma como consumimos a arte.

Reprodução: Divulgação

A história acompanha Margot (Anya Taylor-Joy) e seu parceiro Tyler (Nicholas Hoult) durante uma visita a um restaurante renomado e exclusivo, localizado em uma ilha remota. Embora pareça uma simples experiência voltada a alta sociedade, incluindo um tour pela ilha antes de chegar ao restaurante, paira no ar a sensação de que algo está errado, criando uma atmosfera inquieta, com um leve desconforto, para os espectadores.

Dentro do elegante restaurante Hawthorne, somos apresentados ao Chef Julian Slowik (Ralph Fiennes) e ao Menu, meticulosamente elaborado pela equipe, adicionando tempero à experiência do público, mantendo-o envolvido do início ao fim.

Após cerca de 1 hora e 40 minutos de imersão, é evidente que as mensagens do filme não se limitam apenas à indústria culinária. Elas são aplicáveis a todo o setor artístico, tanto para os criadores quanto para os consumidores, de modo que, é feito um apelo à reflexão para produtores que buscam a todo custo satisfazer um público que muitas vezes não valoriza nem reconhece o privilégio de acesso a tal conteúdo, as produções de obras que se opõem a qualidade, à busca apenas pelo lucro. Conquanto, também existe um convite aos consumidores, principalmente àqueles que acreditam ser especialistas apenas por conhecimento teórico e desvalorizam obras sem considerar sua complexidade, muitas vezes, ignorando as consequências de análises sem responsabilidade.

Reprodução: Divulgação

Dessa forma, fica ao espectador um questionamento sobre o consumo apenas para fins de aparência e para manter-se atualizado com as tendências, em vez de apreciar verdadeiramente a experiência artística. Em sua análise, o diretor e roteirista, Otavio Úga comenta “Uma vez que você se propõe a uma experiência artística, por que não se dedica a extrair o máximo dela? […] O que dizer daquelas pessoas que iniciam um filme, mas não tiram o olho do celular? Aquelas que ficam pulando partes ou até assistem numa velocidade aumentada. Para que elas assistem? Só para dizer que assistiram? Para fingir que estão por dentro das conversas tendências? E contribuir com comentários vazios?”.

Em última análise, “O Menu” transcende a culinária e nos leva a refletir sobre nossos padrões de consumo e apreciação da arte, destacando o apelo à reflexão para diversos segmentos da sociedade artística e cultural.

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