Sem disfarces “Evidências do amor” é uma comédia romântica necessária!

Ketlyn Paes
18 de abr. de 2024
3 min de leitura

Atualizado: 16 de mai. de 2024

Crítica

Para os apaixonados por histórias de amor, o filme do diretor Pedro Antônio é um agrado nas telas de cinema.

Marco Antônio (Fábio Porchat) se apaixona por Laura (Sandy) após um encontro marcado pelo destino, em que depois de uma aposta de cara ou coroa, os dois cantam um dueto da música que simboliza a trama. Após um ano do término conturbado, Marco ainda sofre no processo de superação e é atingido por uma espécie de maldição do tempo. Toda vez que o personagem escuta a música “Evidências”, ele é levado para uma memória ruim do casal que já não existe mais.

Dirigido por Pedro Antônio, e assinado por Luanna Guimarães, Álvaro Campos e Fábio Porchat, “Evidências do amor” é uma comédia romântica que utiliza loop temporal para traduzir os sentimentos do clássico de Chitãozinho e Xororó.

O longa que estreou no último dia 11 de abril não é uma releitura direta da canção, então não espere algo como o recente “Eduardo e Mônica” de René Sampaio, mas sim uma espécie de homenagem à letra que é conhecida do início ao fim por todos os brasileiros.

Com um roteiro bem estruturado, o filme não deixa pontas soltas, mesmo com a temática de viagem no tempo - que, quando erra, deixa estampado na cara do espectador. “Evidências do Amor” é complexo quando trata da história de crescimento mútuo de um casal que se ama, mas precisa aprender com os próprios erros para se livrar da culpa que ambos carregam - cada um à sua maneira. Laura não estava pronta para se casar e sentia uma frustração no âmbito profissional, já Antônio estava cego pela paixão e afogou a parceira com sonhos que a mesma não enxergava. Quando os dois viajam juntos e percebem que existe pelo que lutar, a obra consegue emocionar sem deixar de lado os risos soltos provocados pelo tom cômico com piadas que não se levam a sério. Evelyn Castro, conhecida por integrar o canal “Porta dos Fundos”, é presença fundamental no tom humorístico adotado pelo universo e a química que a personagem vivida por ela tem com o protagonista Marco é notável.

De volta às telonas, Sandy protagonizou o longa ao lado de Porchat em uma clara jogada de marketing por conta de seu parentesco com os intérpretes que tornaram a música famosa. Não é difícil notar os 10 anos da cantora longe da atuação, principalmente em cenas que necessitam de uma maior dramaticidade, a química entre o casal central não conecta o público quando Sandy está em foco e o brilho parte para a figura masculina.

O diretor Pedro Antônio - que também acumula a duologia “Tô Ryca” e a adaptação literária “Fazendo Meu Filme” no currículo - trabalha de maneira bem pensada, com montagens de arrepiar o que poderia ser apenas um romance água com açúcar. Vale destacar a edição de Zaga Marteletto, que revigora quem está assistindo, principalmente nos momentos em que os personagens viajam no tempo, por exemplo, a primeira vez que Marco se depara com o loop dentro do elevador - cena presente no trailer como aposta que funciona para chamar atenção.

Apesar do desfecho óbvio, a trama prospera no sentimento de um real divertimento e dá evidências de um retorno das comédias românticas nos cinemas. Um filme leve e divertido que arranca risadas e, no fim, gera um coro de cantos baixinhos ao sair da sala de cinema no ritmo de: “e nessa loucura, de dizer que não te quero…”

EVIDÊNCIAS DO AMOR

NOTA: 7,5/10